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quarta-feira, 16 de dezembro de 2020


Poesia é sentimento Poema é coração que dilata a pupila
É ação, um estado
Fenômeno da natureza dentro do peito
Eu, poema
Tu? Poeme-se!



quinta-feira, 27 de agosto de 2020


T
entava antes me alicerçar com os poucos cascalhos que sobraram...

Mas o seu carinho tem feito em mim uma casca mais resistente

Feita de coragem, paixão e determinação

É o encontro do magma com a água - Áries e Escorpião -
Explosão de sensações que se solidifica mais e mais a cada encontro

E os cascalhos? Viraram poeira estelar no espaço das memórias

terça-feira, 30 de junho de 2020

Artemisa e Cronos

Eu busco a liberdade como a mariposa ronda o calor da lâmpada As minhas emoções são a minha bússola, Que queimam a sua solidez com ferro em brasa - sem querer Não quero te machucar Com esses sentimentos - sempre em queda livre e sem pára-quedas
Quero apenas que possa me amar Com asas forjadas pela coragem Tomando o vento no rosto qual um aventureiro Mas com o coração envolto pelo calor da liberdade
Me dou (dôo/doo) e (mas) aceito o seu tempo

Havia pouco espaço em um copo de água Que transbordava a essência tempestuosa do meu ser Não peço licença, sou a fúria inconsequente da correnteza Arrastando a casa e as copas musicais do seu ser Inundando de escarlate essas artérias envidraçadas Pessimistas de sua teimosia
Esse é o encontro da água com a terra, um caótico envolvimento

Obra: Gustav Klimt

segunda-feira, 15 de junho de 2020

É na efemeridade dos momentos
Que eternizo as mais belas lembranças
Se tu tiveres a boca cheia de beijos, não digas nada: Eternize-me!

Obra de SeniorCoconut

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Meu corpo

Meu corpo foi espelho para ser mal interpretado
Meu corpo carregou hachuras de preconceito
Meu corpo foi o peso do martelar de julgamentos

Mas apesar de tudo, hoje...

Meu corpo não é apenas um corpo
Meu corpo é o borboletar da minha imaginação
Meu corpo é sentimento, a tela das cores da minha personalidade
Pois hoje, meu corpo é a pá que enterrou ressentimentos


sábado, 1 de fevereiro de 2020

Meu luto


O meu luto era um céu ensolarado visto por uma janela azul que quase nunca se abria
O meu luto era um gato preto engraçado brincando com outro gato branco manhoso
O meu luto tinha gosto de amêndoas do croissant rindo da fidalguia que não existia
O meu luto tinha também o gosto quadriculado do bolo xadrez e da fofura do Lollo
O meu luto tinha cheiro da maresia do meio da noite da orla de Olinda


O meu luto tinha jeito de menino com uns olhos de brilho amavelmente castanhos
O meu luto tinha os cabelos caoticamente encaracolados e uma barba sempre por fazer
O meu luto tinha a preguiça de acordar cedo para aproveitar o café da manhã
O meu luto era alegre e ria com um gosto que me fazia rir junto
O meu luto foi companheiro, foi piadista, mas também o melhor dos amantes


O meu luto me acalentava parcimoniamente, mas também lambia os seios com paixão
O meu luto me enveuzava com beijos, com cheiros, com cosquinhas, uma delícia
O meu luto me metia e quase não se segurava, me fazia as pernas desequilibrarem
O meu luto gostava de me ver nua e eu notava pelas sinuosidade, sempre ascendente
O meu luto nasceu sob o céu em escorpião, eu idem: feitos no signo da luta, cada um ao seu modo.


Mas sobretudo:
O meu luto me amou e eu amo o seu cheiro de sol, as ondas da sua morenice
O meu luto sofreu pelos milhas de distância, mas ainda me amou
O meu luto, eu o amo pelo jeito maroto de criança, amo o amigo, o filho, o pai e o amante
O meu luto é um carnaval antigo, sou a única passista do baile, a única participante
Desse luto que aguarda o fim da tristeza na próxima quarta-feira de cinzas

sábado, 4 de janeiro de 2020

Se eu fosse um bicho...

Se eu fosse um bicho,
A hibridez de espécie me caracterizaria
Uma puma celestial,
Uma ave de rapina com pernas
Para correr pelas veredas de asfalto e sobrevoar pelos seus sonhos mais altos